A chamada "eterna busca pela identidade" é vista de uma maneira mais individual quanto a própria identidade que julgamos ter. É fato que hoje em dia temos individualidades parecidas, não importando o quão únicos quisermos ser. Mas o que está na guilhotina hoje é o que penso sobre a "busca da identidade", então...
Acredito que somos a exata equação do que foram nossos pais (sejam eles mãe e pai, tios, avós, padrinhos) e cada pedra que passou em nosso caminho, sem mais. A referência (ou reverência) ao passado, a tudo que nos foi ensinado, a todos exemplos que subliminarmente na cara seguimos de nossos antepassados, compreende ao primeiro termo da equação, enquanto a convivência com O Outro (pessoas, grupos, objetos, doutrinas, produtos culturais, etc) são de acordo com sua individual importância o tamanho das tais pedras.
Separar um de outro parece mas não é em vão. Ambos os termos são essencialmente influenciadores de um mesmo produto, mas é necessário destacar, devido a importância, a primeira parte das particularidades da segunda. É inegável que temos uma fase na vida de observação, imitação e experimentação com pouca experiência e quase nenhum conceito próprio, é onde cronologicamente colocamos o primeiro termo da equação.
O primeiro termo é o passado presente e o que primeiramente somos, sem escolha, aquilo que aleatoriamente (ou por escolha divina) somos sujeitados: nossa criação.
Bem desde o início falamos a língua de nossos pais, comemos o que nos é dado como comida, amamos quem nossos pais amam, seguimos suas verdades e religião. Até quando surge a primeira necessidade de crítica, nossos primeiros gostos são até sujeitados a eles: gostar daquilo para agrada-los ou não gostar por pirraça, retaliação.
A fase dos heróis e dos vilões: o exemplo que queremos primeiramente seguir e aquilo que não queremos "quando crescer" ser é importantíssima para o que somos hoje. Até mesmo na ausência, os pais são decisivos para a formação dos pilares da identidade que são formados nessa fase. Toda a ideia, conceituação e intensidade de o que seria cada qual sentimento é construída nesse momento.
Podemos, com extremo cuidado, resumir essa etapa em uma palavra: exemplo.
A transição desse termo para o próximo é feita de forma natural, na oposição ou na aceitação das partes do conceito inicial. Isso acontece na presença (melhor, no choque) de uma opinião contrária a primeira exposição que você sofreu e o verbo é escolher.
(continua)
Desafio o leitor a tomar-se como exemplo no que foi dito. Comentar, acrescentar, criticar também faz parte de qualquer boa amizade.
Victor